sexta-feira, 23 de maio de 2008

Conto: "Cachorro Velho"

Uma velha senhora foi para um safari na África e levou seu velho vira-lata com ela.
Um dia, caçando borboletas, o velho cão, de repente, deu-se conta de que estava perdido.
Vagando a esmo, procurando o caminho de volta, o velho cão percebe que um jovem jaguar o viu e caminha em sua direção, com intenção de conseguir um bom almoço.
O cachorro velho pensa:
- Oh, oh! Estou mesmo enrrascado!
Olhou à volta e viu ossos espalhados no chão, por perto. Em vez de apavorar-se mais ainda, o velho cão ajeita-se junto ao osso mais próximo e começa a roê-lo, dando as costas ao predador.
Quando o jaguar estava a ponto de dar o bote, o velho cachorro exclama bem alto:

-Eta jaguar delicioso, que carne saborosa! Será que há outros por aí?
Ouvindo isso, o jaguar com um arrepio de terror, suspende o ataque, e se esgueira na direção das árvores.
-Caramba! Pensa o jaguar, essa foi por pouco! Aquele cachorro quase me pega!
Um macaco, numa árvore ali perto, viu toda a cena e logo imaginou como fazer bom uso do que vira. Em troca de proteção para si, informaria ao predador que o vira-lata não havia comido jaguar algum...
E assim foi, rápido, em direção ao jaguar. Mas o velho cachorro o vê correndo na direção do predador em grande velocidade, e pensa:
-Aí tem coisa!
O macaco logo alcança o felino, cochicha-lhe o que interessa e já faz um acordo.
O jaguar fica furioso por ter sido feito de bobo, e diz:
-'Aí, macaco! Suba nas minhas costas para você ver o que acontece com aquele cachorro abusado!'
Agora, o velho cachorro vê uma fera furiosa, vindo em sua direção, com um macaco nas costas, e pensa:
-E agora, o que é que eu posso fazer?
Mas, em vez de correr (sabe que suas pernas doídas não olevariam longe...) o cachorro senta, mais uma vez dando costas aos agressores, e fazendo de conta que ainda não os viu, e quando estavam perto o bastante para ouví-lo, o velho cão diz:
-Cadê o peste daquele macaco? Tô morrendo de fome! Ele disse que ia trazer outro jaguar para mim e não chega nunca!
Moral da história: não mexa com cachorro velho. Idade e habilidade se sobrepõem à juventude e intriga. Sabedoria só vem com idade e experiência. A cada dia você acrescenta mais uma.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Chulé não, calor sim!



Um amigo postou em seu blog a imagem de seu gato, dengosamente deitado em seus tênis e meias retiradas de seus pés, bem aquecidos do inverno (ainda que nem tanto nessas época do ano) do Rio Grande do Sul. Chiquinho Roese olhou atentamente a câmera para um "clic" desse momento aconchegante. Luiz, seu dono, achou que estava hipnotizado pelo seu chulé. É bem verdade que cheiros são atraentes aos gatos, porém, mais do que isso, é o calor. Os tênis deveriam estar tão quentinhos que teve de agarrá-los.

Luiz pode até me desmentir, mas quero imaginar que por mais apaixonado que Chiquinho seja por ele, chulé não é o cheiro mais tentador para uma boa soneca. Fico então com a perspectiva geral de que gatos, Chiquinhos ou Zecas, são "chegados" a ambientes aquecidos. Vai que meu amigo se convença de que seu cheiro é irresistível?