terça-feira, 11 de março de 2008

A provação

"Olá, meu nome é Belinho. Eu era um gato de rua, recém-nascido, e por um descuido ou acidente sofri um trauma na coluna que me manteve paralisado. Me acolheram aqui na pet desde pequenino. Tomei minhas vacinas, fiz meus exames e compraram minha cadeirinha de rodas que me guiou até o final da vida. Fui amado e odiado. Aprontava as minhas, apesar dos meus donos nunca considerarem que minha condição era desculpa para arranhões e mordidas distribuídas a esmo. Nesse sentido era feliz. Paralisia era condição, não doença, e foi encarada assim até o final. Eu ouvi dizer que há um estudo com células-tronco que pode futuramente devolver ou oferecer a mobilidade à pessoas com problemas diversos, assim como o que tive. Fiquei feliz. Agora o senado irá votar a liberalização do uso dessas células. Eu torço para que eles aprovem. Para mim já é tarde, já estou no céu. Mas como todo anjo não consegue trabalhar sozinho, espero que o homem possa dar uma forcinha." Belinho, direto do céu olhando por nós.

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